- Homem abriu fogo em Catedral de Capinas, matou 4 pessoas e se suicidou. Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, não tinha antecedentes criminais
- Luto pelas vítimas. Sidnei Vitor Monteiro, José Eudes Gonzaga, Cristofer Gonçalves dos Santos e Elpídio Alves Coutinho, mortos dentro da igreja.

Rio de Janeiro – O clima em Campinas, a 98 quilômetros de São Paulo, é de consternação e perplexidade, depois da tragédia na Catedral Metropolitana da cidade em que cinco pessoas morreram. O prefeito Jonas Donizette (PSB) decretou na terça-feira (11) luto oficial de três dias. Os velórios das vítimas ocorram a partir da quarta-feira (12).
Foi confirmada a identidade das vítimas do atirador: Sidnei Vitor Monteiro, José Eudes Gonzaga, Cristofer Gonçalves dos Santos e Elpídio Alves Coutinho, mortos dentro da igreja.
Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, autor dos disparos, tirou a própria vida depois balear os fiéis que estavam rezando na igreja.
Registros das câmeras de segurança da Central de Monitoramento de Campinas (CinCamp) mostram o momento em que o agressor se levanta de um dos bancos, nas últimas fileiras da igreja, vira-se em direção às pessoas e começa a atirar. Em seguida, dois agentes da Guarda Municipal entram na igreja e perseguem o atirador. As imagens não mostram depois deste momento.

Isolamento
A Catedral Metropolitana de Campinas está cercada por um cordão de isolamento. Os funcionários da prefeitura trabalharam para limpar o local e permitir que hoje (12) a igreja seja aberta para missas.
O local é um dos mais movimentados de Campinas, fica ao lado do calçadão e da principal rua de comércio.
O departamento de Serviços Técnicos Gerais (Setec) é o órgão responsável pela organização dos velórios e sepultamentos em Campinas. Como a cidade é referência para vários municípios menores do interior de São Paulo, há cemitérios privados e públicos.

Atirador sim antecedentes criminais
A Polícia Civil informou que Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, é o autor dos disparos na Catedral Metropolitana de Campinas. Ele era morador de Valinhos, cidade vizinha a Campinas.
Euler foi servidor concursado do Ministério Público do Estado de São Paulo, atuando como auxiliar de Promotoria I, na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. O Ministério Público de São Paulo informou que ele pediu exoneração do cargo em 3 de julho de 2014. O perfil de Euler em uma rede social, sem postagens, informa que ele estudou no Colégio Técnico da Unicamp e na Unip, em Campinas.
O delegado José Henrique Ventura, que acompanha as investigações do caso, informou que Euler Fernando Grandolpho não tem antecedentes criminais. “A profissão, ao que parece, é analista de sistemas. É uma pessoa fora de qualquer suspeita em circunstâncias normais. Agora, com a identificação, nós vamos investigar a motivação”, apontou.
A carteira de habilitação do atirador foi encontrada em uma mochila dentro da igreja. Ventura informou que será feita uma diligência à casa de Grandolpho para buscar informações que possam levar ao esclarecimento do crime. “Vamos fazer um levantamento da casa, de quem mora, se é casado. Os dados para saber os antecedentes antes dele chegar a Campinas”, explicou.
Investigações preliminares apontam que Grandolpho não conhecia as vítimas. “Estamos agora identificando as vítimas, porque o que nos interessava primeiro era saber quem era o atirador”, apontou o delegado.
As imagens de câmeras de segurança mostram que o atirador entrou na igreja, sentou em um dos bancos e começou a atirar em pessoas que estavam atrás dele. Ele tinha uma pistola e quatro carregadores. “Usou dois carregadores e tinha dois cheios com 22 cápsulas”, disse Ventura. Antes de se matar, o atirador foi atingido pela polícia.

Testemunha
O aposentado Pedro Rodrigues, 66 anos, estava em um dos últimos bancos da igreja quando o atirador abriu fogo. “Eu peguei o final da missa, sentei, mais ou menos depois de 5 minutos que tinha terminado a celebração. Começou a chegar as pessoas para fazer as ações individuais e de repente percebi que no meio um rapaz se levantou, se posicionou em frente a um casal e começou a atirar à queima roupa. Eu vi dois tiros”, contou. Rodrigues correu para fora da igreja e continuou a ouvir disparos. “Eu escutei mais ou menos 15 disparos”.
O tiroteio ocorreu por volta das 13h25, segundo informações da Polícia Militar. Quatro pessoas morreram no local. Ainda não se sabe a motivação do crime.
Feridos
Um homem de 84 anos, que foi atingido no tórax e no abdômen, passou por cirurgia no Hospital Municipal Doutor Mário Gatti e agora está na Unidade de Terapia Intensiva. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o estado de saúde dele é grave. Uma mulher de 65 anos foi levada para a mesma unidade, permanece em observação, mas o estado dela é estável. Ela foi ferida no tórax, na mão e teve uma fratura na clavícula.
As outras duas pessoas baleadas foram levadas para o Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e para o Hospital Beneficência Portuguesa de Campinas.
É procedente assinalar que a informação foi facilitada pela Agência Brasil (EBC). Edição em idioma português para OIPOL, Luján Frank Maraschio.

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